sábado, 19 de junho de 2010

A Igreja que impressiona!

Ontem recebi a visita de dois anciãos da igreja evangélica daqui. Tomaram guaraná.
Eles vieram porque pedimos para ser membros da igreja. Eles fazem uma visita para nos conhecerem melhor, fazem várias perguntas e conversam de forma muito agradável e discreta.
Perguntaram o que eu fazia no Brasil. Eu contei um pouco sobre o trabalho com os adolescentes, com as crianças, sobre a música, o coral. Eles começaram a fazer perguntas sobre os cultos. Quando descrevi o Conexão e suas atividades, eles até brilhavam. Quando disse que houve um acampamento com aproximadamente 104 adolescentes, eles perguntaram se eram todos da mesma igreja. Quando contei sobre a infra-estrutura para crianças, um ginásio, estacionamento, prédio anexo, pianos, datashows no plural, percebia que estavam quase flutuando.

Pediram para ver o site da igreja. Mostrei o link do culto ao vivo. Pediram o e-mail do pastor. Eles estavam curiosos e ficavam empolgados com as coisas que eu falava. Eles vieram para saber de mim e souberam mais sobre a igreja hehe Mas também é claro que ficaram sabendo no que eu trabalhava no Brasil.

Eu falava com orgulho e o esposo também lembrava outros pontos que eu havia esquecido. Perguntaram sobre minha conversão, família, etc.

Não tiveram dúvidas sobre nosso recebimento. "Viramos" membros. Eu não sabia muito o que esperar, mas foi legal.

Enquanto eu contava sobre a igreja que os impressionava, eles faziam planos sobre no que eu poderia ajudar.

Hoje de manhã, falava com uma amiga e conversávamos sobre a diferença que a gente acaba sentindo na igreja em decorrência da mudança de país. Por mais que a gente diga que vai à igreja por Cristo, a gente sempre espera algo das pessoas e se elas não correspondem, a gente fica decepcionado e perde a vontade de ir. Me sentia uma ímpia, incircuncisa, escarnecedora por não ter me empenhado mais para me integrar aqui, apesar de todas as dificuldades de comunicação, cultura e hábitos das pessoas. Mas me senti desafiada e questionada, uma vez que nada antes havia colocado minha fé na corda bamba. Não que esteja exatamente, mas antes tudo parecia acontecer "automaticamente": tudo estava equilibrado, eu tinha um ministério onde podia colocar tudo o que eu sabia à disposição do Reino. Tinha o respeito das pessoas, o reconhecimento, carinho, tinha líderes que estavam me acompanhando e trabalhando para que minhas idéias pudessem ser realizadas. Falo de mim, mas esse retrato é o retrato de cada colega de ministério, cada pessoa que tem uma função na igreja.

Aqui as coisas não estavam mais nos eixos e por um instante parecia que os cabos do pára-quedas estavam se enroscando. Percebi que a amiga falava da mesma situação e por um tempo conversamos sobre isso. Falando com outras pessoas que se dizem cristãs  e que eram do Brasil, fiquei impressionada de ver como falavam da igreja como uma coisa distante... uma coisa que era parte do passado...Aqui, buscam qualquer coisa para compensar o que não tem mais, como se isso fosse mudar o vazio, a saudade, etc... Vi pessoas misturando crendices , superstições com Bíblia, oração de programa de rádio evangélico de igrejas bem para lá de questionáveis, outros. E percebi que há alguns pontos interessantes na estrada da queda da fé.

1. Me sinto sozinho então vou procurar fora de mim. A igreja tem que ser algo fantástico para me atrair.
2. Isso acontece porque esqueço que tenho o E.S. em mim e não que Ele anda vagando por outro lugar que eu desconheça. Há pessoas que dizem que perderam o Espírito Santo. Nem vou comentar.
3.Crente avestruz - engole qualquer coisa, uma vez que a cabeça não quer pensar, pois quer tudo pronto.
4 Dilui seus padrões e seu serviço, se é que prestava algum.

Enquanto não recomeçava a escrever, falei com mais pessoas e novamente fiquei horrorizada com a forma como "espalharam" a fé para qualquer coisa que fale o que elas queiram. Crê-se em qualquer coisa que satisfaça a consciência, não importa se é errado, se a Bíblia condena, não importa nada. Nossos fracos julgamentos definem se está bom ou se está ruim.

Quando paro para pensar e rever minha vida, procuro caçar essas coisas, no caso de estarem comendo pelas bordas e me fazendo de boba. E sempre dou graças pelo o que aprendi em casa, na igreja, nos cursos, nas conversas com bons amigos, bons pastores, bons líderes e agora recentemente, com o o esposo. Agradeço a Deus pela igreja da qual sou membro. Agradeço a Deus porque pessoas aceitaram o desafio de ganhar quem estava no outro continente, quem lutou para consolidar as doutrinas na igreja, quem zelou para que os "modismos" não ganhassem as pessoas e dessem um nó cego na cabeça delas. 

Só me dói ver tanta gente ainda com tanta minhoca na cabeça, indo à igreja para fazer fofoca dos trabalhos, dos líderes, as briguinhas, as maledicências, as manias de querer mudar o mundo sem ter mudado a mente e o coração próprios. O conhecimento não está ajudando em nada...só está criando mais pessoas com o crachá de líder. Mas só crachá não ajuda. Tem que ter o caráter de Cristo. Mas parece que seria muito até esperar que quisessem ter o caráter de Cristo!

Há muito mais para ser feito do que o que as pessoas estão pensando, mas isso não se trata de um programa bonito ou muitas pessoas presentes. Trata-se de qualidade. Trata-se de pessoas que não estão trocando uma coisa pela outra e tampouco acusando quem tem os dois de serem as ervas daninhas!

Aos betelenses, líderes, aspirantes, liderados... vocês são e tem uma igreja dos sonhos..... são e tem uma igreja que impressiona.... não tornem o ato de servir um pesadelo.... porque o Deus daí, é o mesmo daqui... e quem tem mais, tem que multiplicar mais e não dividir!

Vou ficar por aqui...

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