sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mastercard...

Prova de holandês, 93,5/100, maior pontuação "disparada" da sala.
Ditado, 6 erros, menos da metade da próxima colocada.
Marido fechou um excelente contrato para fazer som.
Recebi o cartão de natal dos meus pais!
Mas testemunhar de Jesus e ser ouvida por ortodoxos, muçulmanos e pessoas que não dão a mínima para Deus, não tem preço!!!!

Bem, todo mundo sabe que aqui não se fala português. Na região onde moro, menos ainda. Eu conheço um pessoal que fala, porque são brasileiros e portugueses, mas  na Bélgica ninguém mais vai entender português.

Então eu tive que aprender holandês, a língua de Vlaanderen, ou Flandres, como você preferir. Eu ainda estou aprendendo, mas já consigo falar o que eu preciso. Graças a Deus.

Aqui há grandes desafios. O idioma, os costumes, a cultura, as pessoas, os cursos, a comida, a casa, o clima, o trânsito, a vizinhança, o Chiva, o trabalho, etc. E é claro, a igreja também. Ainda não me adaptei 100%  devido a várias questões, mas sei para onde devo ir, lembra? "Eu sei pra onde vou, como águia vou, nas alturas so filha de Deus"... tan, tara ran tan...

A fé passa a ser vista de outra maneira. Nós que já somos ratos de igreja, vivemos nossa vida, sem ver muitas mudanças, trabalhando, estudando, criando filhos, cuidando da casa... e passa longe da nossa cabeça o que poderia acontecer conosco se tudo isso mudasse de figura, ou no meu caso, se fôssemos "transportados" depois de 32 anos nessa vida,  para um outro país que nos faz pensar que é outro mundo.
Aí você percebe que sua fé não pode estar condicionada à sua igreja, por exemplo! Aqui não é do mesmo tamanho, as pessoas são bem menos sorridentes, não tem "apresentação de visitantes" e o pessoal parte do seguinte princípio: "você sabe qual é a verdade, a Verdade, o caminho e o Caminho, então siga-os ou não e problema seu". Ninguém vai ligar, mandar cartinha ou email se eu ficar 3 meses sem ir à igreja! Ou eu dou as caras e mostro quem sou para que me conheçam e reconheçam, ou eu fico em casa assistindo "De zevende dag", um programa que passa aqui de manhã cedo.

Deu para captar a mensagem? Se quiser ler mais a respeito, aqui no blog tem um texto sobre isso - a igreja que impressiona.

Já não achava certo aquela coisa mimada do Brasil, em que a igreja, os líderes precisam ficar babando, lambendo os liderados para eles permanecerem. Sempre questionei até que ponto isso era saudável ou um exemplo de Cristo. Sempre caí na roda do "mas e a ovelha perdida? e a segunda milha? e tal e tal"... Mas sempre me confrontava com o fato de que Jesus andou com seus discípulos e um deles O traiu, o outro O negou ... o outro não creu... E tratamos aqui do próprio Jesus. Acho que há alguma coisa que está faltando ser dita aos crentes sobre "até que ponto eu vou atrás de você!", pois as pessoas nas igrejas ficaram mimadas e super-sensíveis, fazendo com que a igreja trabalhe para elas e supra suas curiosidades e caprichos, ou ela vai embora.

Mas enfim... allez. Desde que percebi que não teria aqui o mesmo espaço que tenho aí no Brasil, entrei na crise do "mas e como vou servir?" E uma voz disse "prestenção!" rsrsr

E eu prestei e vi que estava no meio de iranianos, chechenos, iraquianos, kossovares, russos, ucranianos, eslovacos, armênios, búlgaros, brasileiros, portugueses, belgas, afegãos, malásios, franceses, angolanos, tailandeses, letos,  ruandeses, e não estava vendo! E também não sei o que eles estavam vendo em mim! Sabe aquela coisa do "tem boca mas não falam..." sabe? poisé.

Decidi ter mais atenção ao serviço que está à minha mão, em vez de querer o serviço que por alguma razão não posso fazer ainda! Peço a Deus que não encaminhe minhas habilidades a outros, das que eu não estou usando agora!

E comecei a pedir profundamente oportunidades de testemunhar entre esse pessoal que não é nada fácil!
E Deus tá mandando serviço!
E eu fico feliz por poder dizer algo da Bíblia no meio de um monte de gente que não crê em nada.
Hoje, em 1 hora e meia de conversa que às vezes ficou perigosa, conversamos sobre religião e Deus. O assunto sempre começa com o pano na cabeça da colega chechena que acaba sendo "bombardeada" com perguntas sobre sua religião e sua vestimenta.

O professor também é cristão e foi bastante sábio ao dar sua opinião, que nada mais era do que uma profissão de fé. Eu pude dizer que nós temos que ver o que Deus fez por nós em lugar de procurarmos formas de alcançá-lo, porque no fundo, todo mundo O procura quando precisa,  mas não quer saber o que Ele quer conosco!  Disse também quais eram os mandamentos deixados por Jesus, que na verdade são o que o cristão deve fazer, e se o fizesse já estaria "ocupado" (no bom sentido da palavra, não esse "ocupado" de "não tenho tempo para nada") o suficiente na vida! Pude também explicar o que significava o não cortar o cabelo, usar saia, narrados na Bíblia. Pois em determinado momento, a conversa virou um debate e um combate e um começou a "jogar" partes do seu livro no outro. Daí saiu que as mulheres cristãs deveriam usar cabelo longo e saia, etc...
Depois, ainda veio o "acredite ou não acredite" e respeite os outros!
Depois veio "toda a escritura  divinamente inspirada..."
Questionei o fato de as pessoas não terem acesso à base de sua fé! Como posso acreditar no que alguém lê para mim!? Eu quero ler e estudar a Palavra! Não obtive resposta!!!!
Questionei a obrigatoriedade da continuidade da religião na família. Não obtive resposta!!!!

Eu fiquei feliz com o fato de mostrar com respeito no que eu creio mas pedi a Deus que fizesse a pessoa pensar e não simplesmente me responder com raiva  ou se sentir insultada!!!

Ao ouvir o que as colegas diziam, fui "captando" o que pensavam sobre Deus e religião. Dou carona todos os dias para uma delas e a conversa continuou no carro! Ela conhece a Bíblia, porque é uma pessoa que gosta de estudar, mas nós conversamos sobre Jesus, sobre Jesus ser o Caminho, sobre ser a "amostra" de Deus para o homem e exemplo e sobre o fato de  nós termos como objetivo segui-lo! Ela disse "é eu preciso estudar mais!" Rapidamente me ofereci para ajudá-la em tudo o que precisasse!

Depois da aula troquei uma idéia com o professor e comentamos como foi interessante , ainda que perigoso, mas com a ajuda de Deus, tudo foi apaziquado com muito respeito. Fiquei feliz ao ver que conversava e respondia para minha colega chechena e quando ela me ouvia, ela não ficava vermelha e nervosa!
Eu fiquei feliz com o dia.

E vou orar para que não se esqueçam!
E é claro, que muitas outras oportunidades venham!

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