sexta-feira, 23 de julho de 2010

É proibido pensar!

É o nome da música do João Alexandre. Ouvi dizer que era polêmica. Peguei a letra dela e fiquei admirada.
Achei-a extremamente criativa, verdadeira e desafiadora.
Parece que o povo está proibido de pensar e por incrível que pareça, está obedecendo essa ordem como nenhuma outra.

Creio que chegou realmente o tempo de cada cristão "se garantir" na sua fé, na sua devoção e temor, na sua visão do Reino e da Obra do Senhor, pois parece que não se pode esperar mais nada de ninguém.

E culpam o tal do pós-modernismo!
"Para bom cristão meio texto bíblico basta" para ver que o homem pós-moderno e o de Sodoma ou de Corinto, de Nínive, ou qualquer outra cidade pervertida, fria e indiferente, são iguaizinhos. Mas como a gente sempre precisa achar alguma dessas nomenclaturas importadas para explicar as "tendências" do homem, então, agora é a culpa do pós-modernismo! Blame the pós-modernismo!

Antigamente as pessoas ainda escondiam as barbaridades morais. Hoje em dia, parece que se alguém causa um escândalo, ele na verdade torna-se um herói, porque se tiver coragem de assumir suas baixezas, abrirá as portas para uma fila de outras pessoas que também estão vivendo no sub-mundo do pecado, mas ainda não tinham coragem de deixar a família, a casa, o casamento, etc.

Ser crente não está ajudando em nada. Acabo de ler um "tweet": "crente é a pior raça que tem... só envergonham o nome de Cristo... ah se O conhecessem".

Isso me foi um tapa na cara. Eu levo o nome de "crente" e estou no mesmo saco dos que envergonham o nome de Cristo e que não O conhecem. O certo é eu não me envergonhar do evangelho de Cristo, em lugar de envergonhar Cristo. É como confundir crocodilo com cocô de grilo.

Estou perdendo a referência de igreja-instituição, pois a de igreja-corpo, já perdi faz tempo. Qualquer coisa se sobrepõe à importância do corpo e especialmente a importância da Cabeça, que é ninguém menos do que Cristo.

Me lembro daquela cena engraçada do filme Piratas no Caribe, em que uma das criaturas leva uma pedrada do Jack Sparrow e a cabeça cai do corpo. Desesperada, a cabeça tenta indicar para o corpo a direção onde está caída, mas o corpo trombava com as árvores, não ouvia, errava o lado. Eu sempre solto uma gargalhada cheia de vida quando vejo aquela cena. Mas lamento dizer que vejo a igreja daquela mesma forma.

Li um excelente livro de Philip Yancey, em que ele dizia que Cristo, perfeito, rebaixou-se para ser o Cabeça de um corpo imperfeito. E o corpo, em vez de deixar A Cabeça liderar, fica tateando o ar, tropeçando, servindo de críticas como a que transcrevi acima e ainda assim, cheio de razão, cheio de "visão", de "verdades absolutas", dizendo e "desdizendo" o que deve ser feito.

O corpo não se contentou em ser imperfeito. Aflorou uma incoerência tal que parece uma empresa cheia de pessoas concorrendo, disputando melhores cargos, salários, a qualquer preço. E para tudo isso, o pano de fundo é a sensibilidade extrema. Para que ninguém me corrija, ninguém dê a opinião, eu intimido ou banco o hiper-sensível, crio fofoquinhas, enveneno recém-chegados contra os "veteranos" e continuo posando de "cheio de visão".

Fico indignada com a ingratidão dos ex-liderados, que foram incentivados, "orados", ensinados, a quem confiamos tantas coisas e então, eles de repente acendem ou deixam acender em suas línguas um fogo digno de dragão, para falar mal, para destruir, para tirar pessoas da igreja, satisfazendo seus caprichos pessoais e para dizer com o português claro, suas frescuras pseudo-espirituais.

O meu basta a isso tudo, é me garantir espiritualmente. Cuidar da minha conduta, colocar para fora o que está errado a cada dia, para tentar fazer uma coisa boa a mais e uma ruim a menos. Preciso orar muito pela minha vida, meus familiares, meu casamento e meu cônjuge, para que eu ganhe tudo e todos que puder.

Tenho ficado indignada com o fato de que temos tanto, mas jogamos cada pedacinho fora com o nosso "gênio", nossas opiniões, nossa vontade de ter um poderzinho, enquanto há patamares maiores e mais altos aguardando nossa competência para serem explorados. Mas parece que ninguém está se preocupando com isso, porque é bem mais fácil ficar dentro de um prédio bonito disputando coisas e pessoas. O campo está muito difícil.
Está na hora de haver um basta!

"O que incomoda não é o barulho dos injustos, mas o silêncio dos justos"
Martin Luther King

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