quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"O que você faria por dinheiro mas não faria por Cristo?"

Visitamos domingo próximo passado uma Igreja Batista.
A primeira de que tínhamos notícia na região.
Fui convidada por uma colega do curso de integração.
Ela me deu um folheto com o endereço da igreja.
Então fui com o esposo.
Chegamos a uma casa, com uma placa "Te Huur", que significa, "para alugar".
Lá mora um casal de americanos: ele é o pastor, ela a professora de crianças e lá é a igreja.

Éramos 14 pessoas, incluindo 3 crianças e 1 adolescente.
6 nacionalidades diferentes.
Apenas 4 belgas.
Dentre os belgas, uma senhora que o esposo já conhecia, pois ela é uma das pioneiras no trabalho da igreja evangélica na região. Evangélico não significa Batista. Evangélico (a) é uma denominação, Cristã Evangélica, mais frequente aqui.
É uma senhora de mais de 70, de olhos grandes, azuis e muito vivos. Eu ficava olhando para ela o tempo todo rsrsrs
Tirando ela, o pastor e sua esposa, o Jan e eu, todos os demais, "neófitos".
Louvor dirigido pelo pastor e o pessoal cantava com uma força que parecíamos 50 pessoas.

-Datashow? a tela do computador era bem grande e dava para ler perfeitamente.
-Músicos? o teclado tocava sozinho. Tem "cartucho" ou "cartão" próprio com as músicas.
-Púlpito? sim
-Cadeiras? sim, as da mesa de jantar e o sofá.
-Pregação? sim. Embora o sotaque holandês-inglês fosse bastante "complexo", a mensagem foi clara.
-Boletim? sim, incluindo o esboço do sermão.
-Culto infantil? sim. As crianças ficam separadas com a esposa do pastor.
-Escola Bíblica? sim. Estudamos juntos um livro de devocionais de Max Lucado. Os membros da igreja haviam escolhido o livro de Hebreus. Enquanto tomávamos café, refrigerante, comíamos "chips" e bolo, discutíamos as perguntas e os textos do livrinho.
-Rol de membros? acho que não.
-Convenção? acho que não
-Sede própria? depende de onde se reunirem... se for aqui na minha casa, será "sede" alugada!
-Placa? nenhuma. E nem é por causa do Kassab! rsrs
-Ceia? sim. Aqui a ceia é celebrada todos os domingos, tanto na batista, quanto na evangélica.
O esposo participou bastante. Ele tem umas respostas muito interessantes. Aprendi bastante com ele. Eu queria falar, mas "eis que não sei falar porque sou uma criança" no holandês... mas eu cochichava em inglês com o pastor.

Saí edificada? Sim
Aprendi? Sim

Tudo regado com muitos sorrisos, muita conversa, tudo muito aconchegante.
Quase 3 horas depois fomos embora.
Eles ficaram para decidir o futuro da igreja.
O pastor foi chamado de volta para os EUA e a igreja, que não tem sede, ficará de alguma forma aqui. Dentro de 40 minutos, sairei para tomar café com a Agnes, minha colega romena do curso... e então saberei o que foi decidido.

Não sei se nós aí no Brasil é que temos muito ou se aqui é que temos pouco.
Me pergunto então... o que fiz com o muito que eu tive aí no Brasil.
Me pergunto o que os irmãos fazem com o muito que tem aí.

Aprendi que não posso condicionar minha fé, minha visão "eclesiástica" ou meus dons, à igreja em que cresci e conheci melhor. Pois aqui, essas realidades daí simplesmente não existem.
Imagino que se muitos daí se mudassem para cá, abandonariam a fé... porque aqui, a igreja não é uma terra de oportunidades e programas, diversão e estratégias... não tem "construtivismo", nem "Piaget", nem Bill Hybels.

Aqui, não adianta dizer "vou sair da igreja porque não gosto da mensagem do pastor".
Primeiro porque não tem pastor! Segundo, se você sair da igreja, não tem outra tão fácil!
Também não adianta dizer "ninguém me dá oportunidade para trabalhar, porque só tem panelinha". Não dá para fazer panela... não tem gente suficiente!

Aqui, ou você crê e observa, ou você abandona sua fé e vai "curtir" sua vida...
E assim, como li hoje no jornal, está aumentando o número de moças e mulheres belgas ingressando no islamismo. Havia até mesmo uma charge no jornal, de um casal belga, vendo sua filha saindo de burca com o namorado... e eles diziam "até que a nossa filha está bonita assim, não acha?"

Enfim...
às vezes penso que estou como Moisés no deserto... só na vida calminha... passando devagar... o cachorro mais feliz do mundo, cursinho de holandês ali, comprinhas na França, ... mas tenho aprendido lições importantíssimas.
Espero que lhes sirvam também!
Quanto à frase do título da postagem, foi citada pelo pastor; ele não se lembrava do nome do autor, mas ele disse isso e eu guardei a lição para mim.
Preciso encontrar o que vou fazer aqui!

Até a próxima!

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